Dissertação – A tendência anti-social em D. W. Winnicott


Resumo

Esta dissertação tenta apresentar, de maneira organizada, a teoria da tendência anti-social de D. W. Winnicott. Tomando como referencial a teoria do amadurecimento pessoal, elaborada por esse autor, estuda-se a tendência anti-social, enquanto conceito, na sua construção histórica; na sua natureza; na sua etiologia; na sua classificação, enquanto um distúrbio psíquico e nas suas manifestações. Inicialmente, servindo de contraponto, expõe-se de maneira sucinta como esse conceito é tratado pela psicanálise tradicional, apontando algumas diferenças em relação à psicanálise winnicottiana. Evidencia-se a concepção winnicottiana de que na origem de toda tendência anti-social há uma deprivação. O conceito de deprivação refere-se a um ambiente suficientemente bom que foi vivenciado e perdido, num período do amadurecimento pessoal, no qual o indivíduo já era capaz de perceber a dependência. Com isso ressalta-se que a tendência anti-social é um distúrbio de deficiência ambiental. Em seguida, descrevem-se as duas principais manifestações da tendência anti-social: o roubo, acompanhado da mentira, e a destrutividade. Relaciona-se o roubo com a deprivação da figura materna e a perda da capacidade para encontrar objetos criativamente e a destrutividade, num estágio posterior, com a deprivação da figura paterna e a perda da capacidade de explorar atividades destrutivas relacionadas à experiência instintiva. Mostra-se também a relativa facilidade em tratar a tendência anti-social perto do seu ponto de origem, antes que se tome uma delinqüência e posteriormente uma psicopatia. Descrevem-se as modalidades de tratamento para esse distúrbio, em todos os seus graus, tal como preconizadas por Winnicott e, por fim é ressaltada a importância dessa teoria para a elaboração de políticas de prevenção e tratamento da delinqüência.
Palavras-chave: tendência anti-social.

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